Projetos
Descobrir a História e a Música dos Coretos de Santa Maria da Feira
Este projeto pretendeu revitalizar os coretos e as suas localidades, divulgando compositores portugueses da segunda metade do séc. XX, como por exemplo José dos Santos Pinto, Joly Braga Santos ou Frederico de Freitas. Os concertos decorreram nas freguesias de Souto, Sanfins, Caldas de S. Jorge e Vale, em setembro de 2019. Projeto apoiado pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
Circum Navegação da Música Portuguesa do séc. XX
Criação de uma analogia entre Primeira Viagem de Circum-navegação, liderada por Fernão de Magalhães e o percurso que alguns compositores portugueses da segunda metade do século XX realizaram no seu percurso musical. Durante os concertos foram abordados temas relacionados sobre a importação e exportação de práticas musicais da metrópole para as colónias, a partir da experiência destes músicos no espaço ultramarino. Os concertos decorreram em Vila do Conde, Santa Maria da Feira, Aveiro e Covilhã. Projeto apoiado pelo PAAC da Direção Regional de Cultura do Norte.
Repertório
O repertório proposto gravita em torno da existência do Quinteto Nacional de Sopros, grupo pertencente à antiga Emissora Nacional e com atividade entre 1950 e 1986. O grupo foi inicialmente formado pelo flautista Luíz Boulton (1908 – 1998), o oboísta José dos Santos Pinto (1915-2014), o clarinetista Carlos Saraiva (1917-2000), o fagotista ngelo Pestana (1919-2002) e o trompista Adácio Pestana (1925-2004). Grande parte do repertório composto no século XX foi-lhes dedicado ou foi escrito tendo em conta as suas capacidades performativas e alguns deles aproveitaram também para escrever obras para o Quinteto de que faziam parte.
A Petite Suite para instrumentos de sopro de Marcos Romão (1927-2000) foi dedicada a Luiz Boulton, fundador do Quinteto Nacional de Sopro em data desconhecida. Foi várias vezes tocada pelo grupo ao longo dos seus anos de atividade. Scherzo para instrumentos de sopro de ngelo Pestana, fagotista do grupo até 1956, data em que foi para o Brasil. Não sabemos a data e circunstância da composição.
O Quinteto de Sopros de Filipe de Sousa (1927-2006) foi composto em Paris em 1957, dedicado ao Quinteto Nacional de Sopro. A 1ª audição da obra foi na Emissora Nacional em 1973 pelo Quinteto Nacional de Sopro, à qual se seguiram várias outras interpretações.
A Lembrança: Scherzo para quinteto de Sopros é da autoria do trompista do Quinteto: Adácio Pestana, reconhecido pelas suas excelentes capacidades. Desconhecemos a data e circunstância da composição da obra.
Tal como Filipe de Sousa, Joly Braga Santos (1924-1988) reconheceu as capacidades dos elementos do Quinteto Nacional de Sopro e escreveu e dedicou-lhes uma obra, em 1956. Com dois andamentos, o Adagio & Scherzino, foi muitas vezes tocada pelo grupo e por outros congéneres fundados posteriormente.
Oboísta do grupo, José dos Santos Pinto, era natural de Mangualde. Estudou em Paris e Nice, onde se diplomou em vários cursos: Fuga, Música de Câmara, Composição, Oboé, Direção de Orquestra e Composição. O seu Quinteto para instrumentistas de sopro tem 4 andamentos e não é possível perceber até hoje se algum dia foi levado a palco.
O Scherzo para instrumentos de sopro foi composto por Carlos Saraiva. A obra foi dedicada ao Luiz Boulton e não sabemos também a data da composição, no entanto, foi também muito tocada pelo grupo na rádio ao longo dos anos de 1970.